Um grande patrimônio público da região do semi-árido nordeste II, O Grande Hotel, fica localizado na cidade de Cipó, foi inaugurado na década de cinqüenta, para ser mais exato, no ano de 1952, inauguração essa que contou com a presença do então presidente da República Getúlio Vargas, além dos ilustres Guimarães Rosa e Assis Chateaubriand.
O grande hotel de Cipó é um marco e um símbolo da grandeza da região sertaneja e mostra que apesar de sua grandeza, como a região do sertão, encontra-se as margens do desenvolvimento e de um real investimento por parte do Estado. Queiroz app Maria (2005) Revela que dentre os acontecimentos vinculados à atividade turística na Bahia, que marcam a fase em que a Diretoria do Arquivo, Divulgação e Estatística encontrava-se à frente da gestão do turismo em Salvador, deve-se também ressaltar a abertura de dois hotéis no interior do Estado, nas estâncias hidrominerais de Itaparica (Grande Hotel de Itaparica, 1953) e de Caldas de Cipó (Grande Hotel de Cipó, 1952), sendo que a estância hidromineral de Caldas de Cipó, como já fora conhecida, é a mais antiga do País.
No site da SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, afirma:
O município de Cipó dista 242km de Salvador. Foi, por muitas décadas, um pólo de atração turística a partir da inauguração do suntuoso Grande Hotel Caldas de Cipó, inaugurado em 1952 pelo então Presidente da República Getúlio Vargas... Atualmente, o hotel encontrasse desativado. A sua imponência é tamanha que, ainda da estrada, é possível avistá-lo na planura do relevo.
A construção do Grande hotel teve a duração de 8 anos, foi realizada pelo governo do Estado, e justificava-se pelo fluxo de pessoas que buscavam tranquilidade e saúde, motivadas pelas propriedades medicinais das águas de Cipó e pela quantidade de jogadores que vinham do Brasil e do exterior para o cassino.
O comentário de um visitante ilustre do Grande Hotel, em seu blog Mário Kertész (já foi prefeito de salvador e criador da rádio metrópole) escreveu: “Este era o Grande Hotel de Cipó, inaugurado pelo presidente Getulio Vargas, tinha cassino, águas e banhos termais e, durante muitos anos foi o melhor hotel da Bahia. Em Salvador não tinha um hotel da categoria dele. Eu ia com meus pais, todos os anos no mês de julho. Vinham pessoas de todo o nordeste brasileiro, embora as estradas fossem precárias.”
Com o passar dos anos e com o fechamento do Cassino, sem um investimento apropriado para suprir sua ausência, com a precariedade das vias públicas e com o descaso com as águas termais, por parte dos gestores municipais, estaduais e federais, o município começou a perder gradativamente seus turistas e como consequência o Grande Hotel de Cipó foi fechado, passando a funcionar como setor administrativo da região, isso ocorreu até meados da década de 90, porém hoje só funciona a Secretaria da Fazenda e algumas secretarias do município.
É verdade que a reabertura do Grande Hotel de Cipó como hotel é improvável já que não há fluxo de turistas que justifique tal investimento, porém uma estrutura de sua imponência não pode e não deve ficar ao abandono, ainda mais pelo fato de que a região do semi-árido nordeste II, carece de faculdades e escolas técnicas, obrigando aos que tem anseio por conhecimento se deslocarem, na maioria das vezes sem condições, para os grandes centros urbanos.
O grande Hotel poderia ser aproveitado de duas formas, metade de sua estrutura poderia ser transformada num hotel escola em parceria com o SESC, SENAI, SENAC, ou numa faculdade, ou colégio técnico, isso dependerá de uma analise mais abrangente, e a outra parte seria mantida como hotel, claro que isso é uma sugestão superficial, mas qualquer que seja a escolha em relação a sua reestruturação dará a essa região uma nova oportunidade de crescimento.
MATÉRIA: Lauro Alisson
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